Pesquisadores do Centro de Pesquisas Epidemiológicas (CPE) realizaram o primeiro estudo científico sobre o efeito protetor do aleitamento materno sobre a mortalidade infantil. O estudo revelou que quanto mais leite materno a criança recebe, maior é a redução no risco de mortalidade infantil.

Essa descoberta contribuiu para que a Organização Mundial de Saúde recomendasse que todas as crianças recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de vida. Adotando o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, a probabilidade de morte das crianças é reduzida em 14 vezes quando comparada com as crianças que não amamentam.

Em 1995 a Organização Mundial da Saúde lançou um grupo de trabalho internacional em 6 países diferentes: Brasil, Estados Unidos, Gana, Índia, Noruega e Omã. O objetivo era acompanhar crianças de até 5 anos de idade para poder elaborar curvas de crescimento, as quais serviriam como referência para os profissionais da saúde estimarem se os bebês estavam crescendo e se desenvolvendo de maneira adequada.

No Brasil, o Centro de Pesquisas Epidemiológicas foi o escolhido para liderar esse estudo. Mais de 8 mil crianças foram acompanhadas nesse processo, e hoje as curvas de crescimento são usadas como referência em mais de 140 países ao redor do mundo!

Liderado por pesquisador do CPE, um grupo internacional comparou dados de cinco Coortes de Nascimento de países em desenvolvimento: Brasil, Índia, África do Sul, Guatemala e Filipinas. Após reunir dados de cerca de 11 mil crianças, as quais foram monitoras desde o nascimento até a idade adulta, revelou que hábitos alimentares saudáveis nos primeiros mil dias de vida podem influenciar positivamente a saúde dos indivíduos na vida adulta.

Entre as descobertas, foi revelado que a alimentação saudável até os dois anos de idade pode acarretar em melhor desenvolvimento físico e cognitivo. Ou seja, uma boa alimentação até os mil dias de vida pode representar adultos mais altos, adultos mais inteligentes e com menor probabilidade de desenvolver diabete, hipertensão arterial e doenças coronarianas.

Até o início dos anos 90 o senso comum, bem como os pediatras, recomendavam que a posição mais segura para os bebês dormirem era de lado. Porém, novas evidências científicas comprovaram que, na verdade, a posição mais segura era de barriga para cima. Esta posição foi capaz de reduzir a mortalidade súbita infantil em até 60% nos Estados Unidos, e em até 70% na Inglaterra.

Em junho de 2009, por iniciativa do Centro de Pesquisas Epidemiológicas, o Ministério da Saúde e a Pastoral da Criança lançaram a campanha "Este lado para cima". Essa campanha, que teve parceria também da Unicef e do Projeto Criança Esperança, da Rede Globo, transmitiu vídeos educativos para as mães e pais adotarem esta posição em seus bebês.